a anatomia define o género?
Nesta conferência, orientada por Alice Dreger, observa-se que as distinções anatomicas entre sexos masculino e feminino é muitas vezes difusa, o que nos deixa a pensar: Porque é que a nossa anatomia determina o nosso destino?
A primeira questão a ter em conta é a distinção entre sexo e género, em que o primeiro é natural (é a nossa anatomia) e o segundo é construido. Como Judith Butler afirmou “nesse caso, não é a biologia, mas a cultura que se torna destino” (p.26)
Como se observa no video, existem muitas particularidades anatomicas que escapam à classificação da estrutura binária e linear. A sociologa Judith Butler indica que a incoerencia da identidade de género necessita de um ajuste à norma por parte daqueles que nao se enquadram na estrutura “convencional”, excluindo também a sexualidade como uma multiplicidade de combinações que não surgem a partir da imposição psicossocial.
Essa imposição psicossocial consiste na ideia de que género é um acto performativo social, expresso principalmente pela cultura e pelo discurso. A repetição desses actos cria uma realidade de seres homens e seres mulheres.
O gênero não deve ser meramente concebido como a inscrição cultural de significado num sexo previamente dado”, Butler (p. 25),
Atraves do avanço da ciência, na desmistificação daqueles que apresentam complexidade de género e sexo, é necessario uma reavaliação ontologica para lhes devolver o direito básico de uma extistencia legitima. Não é a natureza que traça a linha entre os sexos masculine e feminino, é o proprio sujeito que o define.