A abolição dos escravos e o advento da república
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DO BRASIL
DISCIPLINA: INTÉRPRETES DO BRASIL IMPÉRIO
Aluno: Carlos Holanda Oliveira
Professora: Tereza Bandeira
A Abolição dos Escravos e o Advento da República
A historiografia tradicional apresenta a questão servil (escravidão) como causa primordial para a queda da Monarquia e conseqüente implantação da República em nosso país, juntamente com a questão religiosa e a questão militar, com ênfase especial à primeira. Com este artigo, procura-se mostra, como, uma análise mais aprofundada, como à que procedeu a autora Emília Viotti, mostra-nos inúmeras pistas para interpretar com mais lucidez a mudança de regime que se processou no Brasil no século XIX.
Costuma-se afirmar, em favor da explicação abolicionista que se o sistema escravista era a base de sustentação da economia imperial, seria natural que a extinção de tal sistema provocasse a antipatia dos grandes proprietários que se utilizavam da mão de obra escrava. Embora tal constatação se coadune com a verdade, apresentada com exclusividade ou mesmo como principal elemento para explicação da derrocada do regime monárquico, obscurece vários fatores de não somenos importância e se revela por demais simplificada.
Desde os primórdios do Império, a escravidão representava um mal necessário para a elite dominante pois, embora mal visto exteriormente e não condizer com um regime pretensamente democrático, enraizou-se com prática para a produção agrícola. Como bem lembra Caio Prado Júnior (p.90):
O Brasil, que com a abertura dos portos em 1808 e o desaparecimento dos entraves que ao seu desenvolvimento opunha o regime de colônia, entrava num período de notável surto econômico, não podia dispensar o tráfico de escravos, que era ainda a principal fonte de abastecimento de mão-de-obra nacional.
No entanto, durante todo o período após a independência política do Brasil, tal