resenha

Wlamyra R. de Albuquerque, Graduada em História pela Universidade Católica de Salvador(1991), mestre em História pela Universidade Federal da Bahia (1997), e doutora em História Social da cultura pela Universidade Federal da Bahia e do programa de pós-graduação em História da Universidade Estadual de Feira de Santana.
O jogo da dissimulação é uma obra fascinante dividida em quatro episódios e seu objetivo visa nos mostrar as formas de como se formulam os mecanismos de racismo no Brasil do fim da escravidão até as primeiras décadas do Brasil República, não é por acaso que o cenário escolhido pela autora, é a cidade de Salvador, Bahia Wlamyra R. de Albuquerque define a problemática de seu livro em sua introdução. O tema central de O Jogo da Dissimulação é uma interrogação a respeito da reorganização das hierarquias sociais com o fim da escravidão, um dos pilares centrais de todo um sistema de dominação que dava sentido àquela sociedade. Os senhores poderiam manter suas políticas de domínio? E como os dominados poderiam buscar uma nova inserção em um mundo sem a presença da escravidão? Sobre tais questões, Albuquerque constrói sua obra baseado em estudo historiográfico montado em pesquisas, fontes e numa bibliografia bastante atual, que a permite trafegar pelas décadas imediatamente anteriores e posteriores à Abolição, período marcado pela Lei do Ventre Livre de 1871 e o advento da República, em 1889, com riqueza de detalhes. A crise da escravidão no Brasil encontra sua referência mais na discussão do domínio do que propriamente na eternização da escravidão. Já o ponto final de “O jogo da dissimulação” é a república higienizadora e civilizatória, capaz de propor uma nova abordagem das liberdades e direitos civis dos afro-descendentes, agora emoldurados não pela questão jurídica da propriedade, mas sim por discursos e práticas sociais, aberta ou sub-repticiamente, racializados. O objetivo principal de Wlamyra é mostrar a articulação do processo de