A 1ª República portuguesa
Introdução
Entre 1880 e 1914, Portugal viveu períodos de crise e de expansão. Particularmente entre 1880 e 1890, a economia portuguesa atravessou momentos difíceis. Esta crise ficou a dever-se às bases instáveis em que assentava a política económica anterior, a Regeneração, entre 1851 e 1880: o livre-cambismo, os investimentos externos e os empréstimos.
Período antecedente à crise
A Regeneração foi o período da política portuguesa que antecedeu a crise financeira. Visava estabelecer a concórdia social e política, bem como o desenvolvimento económico do país. A política de Obras Públicas do período da Regeneração foi designada por fontismo devido à acção do ministro Fontes Pereira de Melo. Preocupado em recuperar o país do atraso económico e tecnológico, Fontes encetou uma política de construção de novos meios de comunicação e transporte, tais como estradas, caminhos-de-ferro, carros eléctricos, pontes, portos, telégrafo e telefones.
Ponte D. Maria Pia, construída sobre o rio Douro, inaugurada em 1877
Nasceram três grandes vantagens decorrentes do investimento em transportes e meios de comunicação: a criação de um mercado nacional, fazendo chegar os produtos a zonas isoladas e estimulando o consumo, o incremento agrícola e industrial e o alargamento das relações entre Portugal e a Europa evoluída.
Os Grandes Armazéns do Chiado, início do século XX. A livre circulação de mercadorias, garantida pela legislação liberal e facilitada pela revolução dos transportes, estimulou o comércio a retalho.
Revolução dos transportes – esperava-se que a política de instalação de meios de transporte e de comunicação levasse a todo o país um progresso geral. Assim, apostou-se na construção rodoviária e na expansão da rede ferroviária (em cerca de 50 anos, desde a ligação de Lisboa ao Carregado, em 1856, as vias férreas cobriram o território nacional). Construíram-se pontes (por exemplo, a ponte D. Maria Pia, no Porto,