Yoga e Artes Marcias
Falar em artes marciais, para a maioria de nós, é pensar em competição, duelo, e até violência. Estamos acostumados a assistir a campeonatos de judô , karatê, jiujitsu entre outras modalidades, onde sempre um competidor derrota seu oponente por meio de técnicas físicas e invariavelmente, quase sempre alguém sai com algum machucado ou lesão. Então como pensar na ligação entre as artes marciais e o Yoga, que tem como um de seus principais princípios a não-violência, ou ahimsa?
O estudo do Yoga foi praticamente simultâneo ao aprendizado das artes marciais e serviu como complemento. Mas é possível que duas atividades, aparentemente tão diversas, se complementem?
O Yoga é utilizado antes das competições por alguns, com a intenção de acalmar a mente. A prática do Yoga proporciona um trabalho respiratório capaz de aquietar os pensamentos e regular melhor as energias. Além disso, o alongamento consciente evita lesões nos tecidos conectivos, comuns nas artes marciais. Igualmente, as artes marciais também ajudam no Yoga, pois elas despertam uma disciplina em quem as pratica que é difícil de conseguir em outras atividades.
Quem pratica artes marciais e Yoga, desenvolve não somente uma grande disciplina, mas também uma consciência corporal especial, não vindo a ter medo, por exemplo, na execução das posturas invertidas – que se tornam muito fáceis! A complementação entre as atividades é então possível e mais que desejada. Mas a velha questão da não violência ainda ecoa no pensamento.
Como praticar artes marciais respeitando esse yama do Yoga? Mais que nunca devemos levar em consideração a aplicabilidade do yama: ele deve ser aplicado, primeiramente, em nós mesmos. Pouco adianta ter em mente a não violência aos demais se não somos pacíficos com nós mesmos. Ponce sentiu na pele as consequências de não ter ahimsa com o próprio corpo.
O propósito das artes marciais, nesse caso, é neutralizar o ataque do adversário, sem necessariamente machucá-lo”.