Xadrez

Xadrez

“Há um tempo para nascer e um tempo para morrer; um tempo para plantar e um tempo para colher; um tempo para chorar e um tempo para rir; um tempo para o gemido e um tempo para a dança; um tempo para se beijarem e um tempo para se afastarem; um tempo para clamar e um tempo para calar; um tempo par rasgar e um tempo para coser; um tempo para amar e um tempo para detestar; um tempo para a guerra e um tempo para a paz”. (Ecl, III, 1-8).

Não haverá também um tempo para jogar xadrez? Parece-me que sim. A grande voz dos milênios nos diz que, entre as muitas coisas que os homens devem fazer neste mundo para manifestar, para exibir e provar sua alta estirpe, podemos sem hesitação incluir lê noble jeu d’echecs, que é muito antigo...

As mais sérias pesquisas parecem provar que o xadrez nasceu na Índia. As regras e as peças mudaram ao longo dos séculos, e até hoje, xadrez universal, guarda a marca das variações culturais. Assim é que a peça que em inglês e português se chama bishop e bispo, em espanhol se chama alfil e em francês é fou (no sentido de bobo do rei). Essa peça que no xadrez moderno tem o mesmo valor de cavalo (em português) e do knight (em inglês), tem a peculiaridade de se mover permanentemente, fielmente, nas casas de mesma cor.

Em torno de um tabuleiro com bonequinhos de madeira, dois homens realizam a máxima concentração de desejo e atenção, como se ali, naquele momento, estivesse em jogo a honra, a saúde, a felicidade e a vida eterna.

O xadrez é um jogo, um forte exercício mental, mas exercício lúdico; seria melhor dizer que o xadrez é uma luta, um combate lúdico, e não um jogo, porque a idéia de jogo sugere sempre um caráter aleatório. No jogo de xadrez a “sorte” só entra como fator acidental concernente ao estado em que se encontra o combatente: uma noite bem dormida ou um incidente doméstico pode predispor positiva ou negativamente, e são só essas coisas que constituem a parte aleatória da partida. Na essência mesmo do jogo não