Winnicott e a
“Sabemos que o mundo estava lá antes do bebê, mas o bebê não sabe disso, e no início tem a ilusão de que o que ele encontra foi por ele criado.
Esse estado de coisas, no entanto, só ocorre quando a mãe age de maneira suficientemente boa”.
Winnicott
A relação mãe/bebê
Nos registros deixados pela nossa primeira infância, encontramos a base de nossa vida emocional adulta. Somos, nesta fase, extremamente sensível ao meio em que vivemos. Winnicott, pediatra e psicanalista, levando em conta sua experiência com crianças e suas mães, criou a
Teoria do Desenvolvimento Emocional, ou melhor, uma teoria do amadurecimento do ser humano. Afirma que:
“para realizar o meu trabalho, preciso de uma teoria do desenvolvimento emocional e físico da criança no ambiente em que ela vive, e uma teoria precisa abranger todo o espectro daquilo por que se possa esperar.”
Nesta teoria é dada ênfase ao meio ambiente maternante relação mãe/bebê, como essencial no desenvolvimento e amadurecimento saudável do ser humano. Ele coloca esse ambiente como fundamental para a saúde. Falhas deste meio ambiente poderão ter como conseqüência, diferentes quadros psicopatológicos.
Ao falar de ambiente, nesta teoria, estaremos incluindo tanto o ambiente físico quanto os aspectos emocionais necessários ao desenvolvimento do bebê, representados por uma mãe “boa o bastante”.
Porém, não podemos esquecer que esta mulher também precisa de um ambiente que a acolha e lhe dê apoio para que ela possa, uma vez identificada com seu bebê, adaptar-se ativamente ás suas necessidades e preenche-las. O pai ou na falta dele, o meio ambiente familiar e social vem geralmente proporcionar este apoio.
Entendemos esta mãe “boa o bastante” como uma mulher que agora está grávida, e que não necessariamente precisa ser uma mulher especial, com dons especiais. A futura mamãe é uma “mulher comum”, que naturalmente entrará num estado, que Winnicott chamou de “preocupação
materna