Warat
Os Mitos do Ensino Jurídico
Tradicional
Marcelo Minghelli
Mestrando em Direito pela UFPR.
Introdução
SUMÁRIO
Introdução;
1 A teoria pura do direito; 1.1 O posicionamento da teoria pura perante a dogmática jurídica; 1.2 O processo de recuperação ideológica da teoria pura do direito;
1.3 A necessária crítica à teoria pura do direito;
2 A purificação política e ideológica;
3 A purificação antijusnaturalista;
4 A purificação antinaturalista ou anticausalista; 5 A purificação intranormativa;
6 A purificação monista ou antidualista;
7 O ensino jurídico tradicional;
Considerações finais;
Referências bibliográficas.
Revista da Faculdade de Direito da UFPR, v. 36, 2001
(...) Suponhamos uns homens numa subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo o comprimento dessa gruta. Então lá de dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar as cabeças, por causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que queima ao longe, numa eminência, por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se construiu um pequeno muro, no gênero dos tapumes que os homens dos colocam diante do público, para mostrarem suas habilidades por cima deles.
(...) Visiona também ao longo deste muro, homens que transportam toda espécie de objetos, que o ultrapassam: estatuetas de homens e animais, de pedra e de madeira, de toda a espécie de lavor.
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Marcelo Minghelli
(...) Em primeiro lugar, pensas que, nesta condições, eles tenham visto, de si mesmo e de outros, algo mais que sombras projetadas pelo fogo na parede oposta da caverna ?1 (PLATÃO, 1996, p. 317)
PLATÃO continua a alegoria da caverna libertando um de seus habitantes dos grilhões, este anda em direção a luz e, saindo de sua prisão,