Vitaminas
INTRODUÇÃO Deficiência de Vitamina A
Nas últimas décadas diversos estudos de intervenção, randomizados e controlados demostraram que oferecer suplementação com vitamina A, a crianças pré-escolares, em área onde a deficiência é endémica, pode reduzir significativamente a mortalidade. Os resultados de oito estudos diferentes, incluídos de forma independente em três meta-análises, demostram que intervenções com vitamina A poderiam reduzir de 23 a 30% a mortalidade de crianças de seis meses a cinco anos (Beaton et al, 1993; Fawiz et 1993; et al, Glaziou et al, 1993). Estas revelações ampliaram a importância da vitamina A para além do campo específico das manifestações oculares, passando a ser recomendada agora, como estratégia de sobrevivência infantil. A suplementação com vitamina A parece diminuir a severidade da morbilidade, notadamente por diarreia, em população onde a hipovitaminose A pode ser considerada como problema de saúde pública (Ghanateam, 1993; Barreto et al, 1994; Bhandari et al, 1994). O diagnóstico clinico da xeroftalmia se baseia nas alterações oculares iniciais como a cegueira nocturna, a xerose conjuntival com manchas de Bitot e, nos mais severos, a xerose da córnea, a ulceração corneal e a ceratomalácia, associados a danos irreversíveis (Araújo et al, 1984). Estes sinais clinicos e sintomas são muito pouco frequentes, mesmo onde a deficiência de vitamina A é endémica; valores muito baixos de prevalência máxima aceitável propostos pelo OMS (de 0,5% a 0,001%) limitam a utilização destes indicadores em inquérito epidemiológico, por exigiram grandes amostras (a partir de 5.000 crianças) (WHO 1982;WHO/UNICEF,19969. por esta razão este estudo não se baseou em indicadores clínicos, muito embora a busca activa destes sinais e sintomas tenha sido realizada no âmbito da amostra estudada. Frequentemente em regiões onde ocorre a xeroftalmia, existem nomes locais para descrevê-los na língua nativa e neste caso o levantamento da sua ocorrência é