Violência Urbana
Paulo Sérgio Pinheiro (fundador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo - NEV-USP) com Sérgio Adorno, em 1987) e Guilherme Assis de Almeida, pesquisador do mesmo Núcleo, descrevem as definições de “violência” (capítulo 1. “O que é a violência”), situam esse mesmo fenômeno no contexto urbano, focando as grandes cidades brasileiras (capítulo 2. “Violência urbana e brasileira”) e, por fim, apresentam estratégias e iniciativas voltadas a conter ou minimizar os efeitos da violência urbana em um país que já concentra mais de 80% de sua população em cidades (capítulo 3. “Perspectivas de superação”).
Partindo da definição ampla de violência compartilhada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que associa a intencionalidade ao uso ilegítimo de força para causar qualquer tipo de dano, analisam o fenômeno como um problema mundial, porém manifesto no Brasil de forma mais intensa em razão das desigualdades que o processo recente de democratização do país não conseguiu superar.
Indicam a existência de uma violência característica nas cidades brasileiras, especialmente nas metrópoles, potencializada pelas circunstâncias definidas como “legado do autoritarismo” que inclui deficiências no aparato policial (violência policial e corrupção), no Poder Judiciário (ineficiência), na legislação (imobilismo da classe política) e na incapacidade, de forma geral, dos governos alcançarem soluções, por omissão ou conivência em face do problema.
Sustentam seus argumentos nos índices considerados elevados e “epidêmicos” da criminalidade em comparação com outros países, especialmente os homicídios – não obstante basearem-se em dados