Violência urbana: crime organizado e exploração da força
VIOLÊNCIA URBANA: CRIME ORGANIZADO E EXPLORAÇÃO DA FORÇA
DE TRABALHO DE ADOLESCENTES
Andréa Pires Rocha1.
1. INFORMAÇÕES INTRODUTÓRIAS
Em tempos de agravamento das contradições sociais, a humanidade esta a cada dia mais desumanizada e, esta desumanização, não é um fenômeno natural, mas sim histórico, decorrente de múltiplas determinações presentes na ordem capitalista.
Além da miséria material, o capitalismo constrói a miséria humana, pois o homem alienado e fragmentado é impedido de perceber-se em totalidade, muito menos, como sujeito histórico e social.
Problematizamos no presente artigo a violência urbana e a exploração da força de trabalho de adolescentes utilizada pelo crime organizado, que se movimenta, essencialmente, a partir do tráfico de entorpecentes, de armas e outras frentes, à exemplo de crimes contra a propriedade privada (roubos, assaltos, furtos) e a vida
(homicídios, seqüestros).
As reflexões resultam da experiência de atuação com adolescentes infratores e de estudos desenvolvidos em dois projetos de pesquisa vinculados ao
Departamento de Serviço Social da UEL, os quais entendem a violência urbana como um fenômeno complexo, decorrente das contradições próprias do modo de produção capitalista. A abordagem teórico-metodológica tem o materialismo histórico e dialético como teoria fundamental, tendo em vista que este método dá conta de analisar a realidade considerando as mediações e os movimentos que os fenômenos sociais estão inseridos. Defendemos que as discussões sobre violência urbana materializada no crime organizado e na criminalidade juvenil, devem perpassar a aparência. É preciso compreendermos que o crime organizado esta inserido nas relações capitalistas,
1 Docente do Departamento de Serviço Social da UEL – Universidade Estadual de Londrina. Mestre em
Educação pela UEM – Universidade Estadual de Maringá, graduada em Serviço Social pela UNESP –
Universidade Estadual Paulista, campus Franca – mail: