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EDITORIALTráfico humano e exploração sexual: crimes que envergonham toda a humanidade no mundo globalizado
Tráfico humano é definido pelas Nações Unidas como recrutamento, transporte, transferência, alojamento ou receptação de pessoas, por meio de ameaças ou uso da força, ou de outras formas de coação, rapto, fraude, engano ou abuso de poder, em troca de pagamentos ou benefícios, em situações de vulnerabilidade para fins de exploração. As principais manifestações dessas violências ocorrem como formas de trabalho forçado, escravidão disfarçada ou exploração sexual, principalmente de mulheres, adolescentes e até crianças, que se tornam “produtos” de um mercado de adoção ilegal, em práticas abusivas nas quais a pessoa envolvida fica sem alternativa a não ser submeter-se à exploração para garantir a sobrevivência.
O preço da ilusão se torna a chave da prisão de muitos que caem nessa rede e desaparecem no mapa das cidades, principalmente as turísticas, e também nos grotões da miséria urbana, em regiões de fronteiras.
Adolescentes e jovens adultos são as vítimas, em sua maioria, em mais de 130 países, inclusive o
Brasil. O número real é desconhecido, mas estima-se que aproximadamente 2,5 milhões de pessoas sejam traficadas ou exploradas para fins comerciais, inclusive sexuais. Os traumas da violência corporal e sexual sofrida e do abandono social aumentam a exclusão e a segregação, com perdas da dignidade e do sentido de cidadania, tornando-se marcantes, indeléveis, com repercussões médicas e mentais, por toda a vida.
Assim, os direitos humanos assegurados em tantas convenções e acordos nacionais e internacionais são desafiados ou esquecidos em meio a tanta corrupção e impunidade.
O lucro advindo do tráfico e da exploração sexual é estimado em torno de 30 bilhões de dólares anuais. Esse dinheiro circula em economias industrializadas ou nações empobrecidas, mediante redes associadas ao crime organizado, inclusive de drogas e armas; e na internet, estimulando os