Violência Sexual

“Estupro é um dos crimes mais terríveis da Terra. O problema dos grupos que lidam com o estupro é que eles tentam ensinar às mulheres como se defender. Enquanto que, o que precisa ser feito é ensinar aos homens a não estuprar.” – Kurt D. Cobain.

O estupro é um ato tão antigo quanto o homem. Existe porém, registros de uma trajetória da história dessa violência sexual durante todo o período na França dos séculos XVI ao XX. Durante o Antigo Regime (período anterior à Revolução) era muito pouco penalizado pela justiça, mesmo sendo fortemente condenado pelos textos legais. Os olhos da população desviavam dessa violência e a carência de legislação específica crescia. O vocábulo “estupro” inexiste naquele momento. O ataque sexual é punido eventualmente, e quase sempre quando desferido contra crianças, porque fere um bem secreto: a inocência. Os processos de estupro em que a vítima é uma mulher adulta são geralmente recusados, principalmente quando não há nem assassinato, nem ferimento físico grave. O relaxamento é tal, que em caso de guerra é perfeitamente admitido pelos jurisconsultos, como o mero "ato sistemático representando simbolicamente a posse de um território"

Segundo pesquisas, há uma ligação entre as classes sociais e a impunidade, sendo a gravidade extraída da diferença social. O estupro cometido contra a filha ou esposa de um membro das elites é sempre justiçado, sendo a pobreza o contrário, quando cometido contra pastoras órfãs, sequer é digno de nota. Nesse escalonamento, a violência sexual contra domésticas é apenas um desdobramento do tratamento brutal que alguns patrões dispensam aos seus empregados, pois, até o final do século XVIII, é permitida aos empregadores a possibilidade de baterem em seus empregados.
Ainda no Antigo Regime, território de violência tolerada, a agressão sexual é escassamente denunciada, graças ao envolvimento da vítima na indignidade. Especialmente, as moças