Violência no campo
Trabalharemos a questão dos conflitos agrários em Alagoas, debatendo a história de resistência dos trabalhadores rurais na luta pela terra e os embates decorrentes como conseqüência dessa contenda. Primeiramente tentaremos compreender o processo de dominação desse território por uma elite agrária e posteriormente atentaremos para a disputa territorial que de um lado apresenta uma elite agrária representada pelos latifundiários e Governo local apoiados no judiciário, e por outro trás uma classe de trabalhadores rurais sem terra que reivindicam a função social da terra, ou seja, um pedaço de terra pra plantar e viver. A injusta disputa pela terra acarreta conseqüências drásticas aos trabalhadores rurais também expressas através da violência sistêmica, sendo este último o principal foco da nossa pesquisa. Para que possamos compreender a faceta da cultura exploratória e latifundiária em Alagoas, é importante examinarmos de que forma a herança colonial interferiu na vida econômica e social do País. Com base na grande propriedade, monocultura e trabalho escravo, a economia colonial estruturou-se de forma a atender ao objetivo de fornecer gêneros tropicais ao comércio europeu. A acumulação primitiva de capital baseado na exploração dos recursos naturais na nova colônia, por especuladores mercantis europeus, que em face da promessa de enriquecimento rápido passaram a se dedicar ao cultivo do solo, corroborou e corrobora com o aspecto atrasado dessa sociedade marcada pelo antagonismo de classes. O caráter do desenvolvimento da cultura açucareira inerentes ao período colonial fortemente presentes em nossa sociedade até os dias atuais, ratifica que a formação econômica brasileira subordinada, garantiu a burocracia coronelista. Não é nosso objetivo trabalhar em minúcias a época “Cabrália”, mas é da maior importância, levantar questões pertinentes a períodos remotos para que possamos interpretar a nocividade na vastidão da atividade agrícola