Violência na Bahia
Salvador tem vivido momentos que simbolizam e marcam o cenário de violência, com episódios bem explorados pela mídia, a exemplo do homicídio de dois irmãos no trânsito por uma médica encolerizada ou do assalto que teve como vítima o próprio comandante-geral da Polícia Militar. Ele, tão vulnerável quanto todos nós, pobres mortais.
Fica no ar a pergunta: por que se mata bem mais na Bahia do que em São Paulo, que tem uma população quase três vezes maior? Por lá, desde o início do novo século o que se tem visto é a redução do número de homicídios, graças a investimentos maciços em segurança, notadamente no trabalho de inteligência da polícia. A construção de presídios de segurança máxima, para onde são levados chefes de facções criminosas, tem sido outra forma de cortar os tentáculos da bandidagem.
E na Bahia, o que se tem feito além de muita propaganda ufanista, como se esse fosse um Estado de loucos, que festejam o caos? O governo não para de divulgar números positivos em todos os setores, inclusive no de segurança, já que estatísticas andam disponíveis ao gosto do freguês. Mas quando o problema não está nos números, e sim nas ruas, perceptível a olho nu, o que dizer?
Há ao menos a certeza de que a violência não reina sozinha no território das mazelas baianas. Conta com a companhia de uma educação de baixíssimo nível, um serviço de saúde pública indigente, uma estrutura de saneamento imoral e uma estrutura urbana desagregada. O que isso pode produzir, senão o quadro de violência que ora se pinta made in USA?
Talvez a constatação gringa, com ares de sentença inderrogável, produza junto às autoridades o constrangimento que os fatos sobejamente conhecidos até hoje não produziram. É que por essas terras, desde os tempos de Cabral, nada é tão decisivo e imperioso