violencia contra criança
A criança, como parte integrante da família, pode estar exposta à agressão direta - quando ela é o alvo da agressão - ou indireta - quando presencia cenas de violência entre os pais. Ambas as formas de agressão são prejudiciais à criança. Há um grande número de crianças que testemunham a violência doméstica, uma das importantes razões pelas quais filhos de mães agredidas apresentam um quadro de distúrbio é o fato de terem presenciado uma cena de violência doméstica contra a própria mãe, sendo isto uma experiência traumática. A maioria das pesquisas de saúde mental na área de violência doméstica concluem que a mera exposição à violência doméstica é, em si mesma, uma forma de maltratar a criança, afirmando que a criança que testemunha a agressão à sua mãe é vitima de violência psicológica.
As brigas entre o casal, entretanto, são sempre nocivas aos filhos, na presença deles ou não. As crianças têm sensores de alta precisão, pois sabem "ler" a mente dos seus pais. As palavras, os gestos e o tom de voz podem sinalizar a hostilidade. As brigas sempre acarretam um nível de estresse elevado que afeta a criança, gerando sofrimento e medo. Quando as brigas são constantes, esse estresse se transforma em um estresse crônico e pode trazer sintomas e doença à criança.
Segundo a psicóloga Luciana de la Peña, esta situação é particularmente preocupante. Sabemos da importância dos pais na construção do universo psíquico das crianças. Porém, no caso de um ambiente familiar mal estruturado, a criança buscará modelos fora do âmbito familiar para construir seu sistema de valor ético-moral. Ou seja, na falta de referências no ambiente onde está inserida, a criança pode tomar aquilo que a televisão mostra como coordenadas de base na construção de seu sistema ético-moral. Cenas que evocam violência, agressividade, aquelas que sugerem relações baseadas na desconfiança, na falta de solidariedade e outras tantas, podem