violencia contra as prostitutas
O medo do diferente é gerador de ódio?
Quase não se fala sobre o assunto, mas, a violência contra prostitutas no Brasil cresce diariamente, chegando a índicespreocupantes. Pouco se sabe sobre os reais motivos, e não existem muitos estudos ou levantamentos estatísticos específicos sobre esse tipo de violência. O que se pode observar é que grande parte dosagressores são jovens de classe média. Como se sabe, as mulheres que trabalham com a prostituição no Brasil, não possuem direitos específicos (trabalhistas, previdenciários, etc.), mas ainda assim estãoprotegidas pelos direitos humanos, e possuem garantias constitucionais, que são direitos difusos aplicáveis a todos os cidadãos.
Observa-se, o quanto é ambivalente o estudo sobre a violência contra asprostitutas ao perceber que ao mesmo tempo em que a vítima da violência está associada à figura de submissão que é atribuída a mulher até os dias atuais, é ao mesmo tempo, uma figura libertária, quequebra todos os paradigmas e vai contra todas as regras socialmente impostas ao longo dos anos.
A complexidade da real origem dos preconceitos é uma das grandes dificuldades que o ser humano enfrentapara entender como respeitar o próximo de forma objetiva e sensata, e quando a violência se apresenta contra as mulheres que se prostituem, percebe-se uma constante que vai além da violência que aprostituição em si provoca. É uma impetuosidade apresentada de forma a pregar tabus, o preconceito da sexualidade exposta ao poder patriarcal que determina o lugar da mulher.
Segundo Lya Luft, naobra “Múltipla Escolha”, o medo do diferente é pai do preconceito. A inclusão geral é um ideal tão difícil de ser alcançado, pois sempre foi socialmente ensinado que o correto é viver dentro de um modelopré-definido. Então, para que as pessoas não sejam objetos de uma possível rejeição, elas mentem uma igualdade impossível. A autora afirma que o medo, ou maior parte deles, é um fator de