Prostituição
Gabriela é a mais conhecida ativista pelos direitos das prostitutas no Brasil. Nascida em 1951 em uma família de classe média de São Paulo, é contemporânea da luta contra a ditadura militar e da contracultura que transformou comportamentos e promoveu a revolução sexual. Gabriela estudou sociologia na prestigiada Universidade de São Paulo (USP) e, no fim dos anos 1970, abandonou os estudos e o trabalho como secretária em uma grande empresa por uma renda mais alta e um estilo de vida boêmio na prostituição, batalhando em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Seu trabalho de organização com as prostitutas começou em meados da década de 1980 em resposta aos frequentes abusos de direitos humanos vivenciados por suas colegas, incluindo violência, estigma, assédio policial e discriminação nos serviços públicos de saúde. Em 1987, ela organizou o primeiro encontro nacional de prostitutas no Brasil e logo depois, em 1988, fundou o Beijo da rua, um jornal sobre prostituição e direitos para prostitutas e seus aliados em todo o país. Em 1989, passou a colaborar com o Ministério da Saúde na luta contra a AIDS, parceria que se estendeu pelas duas décadas seguintes com o desenvolvimento de abordagens não estigmatizantes e baseadas em direitos para a prevenção do HIV que envolvem as próprias prostitutas na formulação e implementação de políticas e projetos.
Gabriela fundou a organização não-governamental Davida no início dos anos 1990. A organização usa estratégias culturais – tais como teatro e moda – para reduzir o estigma e aumentar o apoio público aos direitos das prostitutas. Em 2005, Davida lançou a grife Daspu com o objetivo de gerar recursos e visibilidade para o ativismo. As coleções da Daspu são produzidas em parceria com estilistas profissionais e apresentadas por prostitutas e aliados em passarelas instaladas em ruas, boates, teatros, universidades, exposições de arte e conferências internacionais, atraindo a atenção da mídia