Violações contra LGBTS

“Quando o ser humano começar a entender que a diferença social, racial e religiosa compõe a raça humana, vão parar de julgar levando em consideração a sua visão unilateral de algo que, em essência, só existe um significado: pessoas são diferentes!”
(autor desconhecido)

INTRODUÇAO
1. A invenção da homossexualidade e a consolidação da homofobia
O filósofo francês Michel Foucault em sua trilogia Histoire de la Sexualité, observou que a identidade homossexual é um fenômeno moderno. Ou seja, até o século XIX as pessoas de mesmo sexo biológico se relacionavam sexual e eroticamente (homoeroticamente), mas não eram chamadas homossexuais e, portanto, não se sentiam enquanto tais. Assim, as práticas homoeróticas existiam, mas não existia a homossexualidade. A palavra homofobia apareceu na década de 70 e foi empregada, inicialmente, por Kennedy Smith em seu artigo "Homophobia, a tentative personality profile", onde ele definiu a homofobia como o ódio de se estar com um homossexual em um espaço fechado do tipo elevador, casa, ambiente de trabalho dentre outros. Trata-se de uma sensação de ódio, de aversão sentida pela pessoa dita heterossexual em habitar o mesmo espaço que uma pessoa dita homossexual. O conceito de homofobia, inicialmente, parece dar conta apenas da exclusão que ela produz ligada àqueles que nascem biologicamente homens e que assumem uma identidade de gênero gay; não dando conta da transexualidade, da travestilidade ou da lesbianidade, onde o mais preciso seria dizer, respectivamente, transfobia, travestifobia e lesbofobia, como pontuado na I Conferência Nacional LGBT ocorrida entre os dias 05 e 08 de junho de 2008.
O conceito homofobia serve, politicamente, como um conceito 'guarda-chuva', mas não exclui a necessidade de se aprofundar às suas diferentes formas de manifestações quando a vítima é um gay, um(a) bissexual, um(a) travesti, um(a) transexual ou uma lésbica.

1.2 Manifestações da homofobia e sua relação