vigiar e punir

Apontamentos Acerca da Obra Vigiar e Punir

Prof. Me. Cauê Hagio Nogueira de Lima

INTRODUÇÃO

O corrente estudo visa auxiliar alunos e interessados em geral na compreensão dos principais conceitos presentes na obra Vigiar e Punir, de Foucault. Isto, pois a autor utiliza um estilo de escrita que dificulta o entendimento de seu texto – o que o torna pouco didático.
Assim sendo, para facilitar o entendimento do escrito, propomos uma reestruturação do mesmo destacando seus pontos nefrálgicos.
Boa Leitura!
1. SUPLÍCIO
A partir de dois exemplos de modelos punitivos bastante distintos – o suplício de
Damiens e o regulamento da Casa dos jovens detentos de Paris, o autor inicia sua jornada na tentativa de demonstrar a evolução da arte do controle por meio da punição, bem como seus meios e causas.
Vale ressaltar que o primeiro caso ilustra a noção de suplício enquanto o segundo, de disciplina. 1.1

A ostentação dos suplícios
1.1.1

Conceito de suplício

Suplício é o nome dado à pena corporal apta a gerar dor extrema empregada de maneira atroz ou bárbara. Suplícios são aplicados desde épocas imemoriais e ainda o eram na primeira metade do século XVIII, de maneira mais ou menos intensa, em toda a Europa.
Neste período, o crime era tido como uma ofensa ao próprio soberano, de quem emanavam as regras, razão pela qual deveria ser punido de maneira extrema.

1.1.2

Características inerentes ao suplício

Os suplícios tinham acentuado cunho ritualístico e eram sempre públicos. Era importante que se constituíssem num ritual, pois teriam que servir de exemplo e se fixar no consciente e no inconsciente coletivo como um arquétipo dissuasivo do cometimento da infração. Para tanto, teriam que produzir uma quantidade de sofrimento mensurável que tornasse viável a expressão de uma hierarquia dos crimes por meio da dosimetria da dor.
Neste sentido, a rápida decapitação era aplicada aos desvios tidos como menos graves ao passo que o duradouro