Vigiar e punir
Foucault descreve a evolução do uso da disciplina e suas ferramentas, no processo de fabricação dos corpos dóceis. Durante a época clássica foi descoberto o corpo como objeto e alvo de poder, um corpo que se manipula, modela e responde.
Esse esquema de docilidade corporal sofreu modificações no século XVIII com o uso de novas técnicas. A escala é trabalhada de maneira mais detalhada e o objeto visando maior eficiência, é o uso da coerção,para o aprimoramento corporal. É a disciplina como uma arte de um corpo, em que o aumento da obediência concentra no aumento da utilidade.
Anatomia política como é chamado esse desmembramento e reconstrução corporal para aperfeiçoar e dominar, não é algo totalmente inovador. Instituições militares e de ensino já faziam uso de ferramentas disciplinares e princípios institucionais religiosos. Do estudo do detalhe, sem dúvida, nasceu o humanismo moderno.
Das técnicas para a coerção disciplinar é importante controlar o espaço, distribuição, tempo, do ambiente de trabalho e dos trabalhadores,assemelhando a engrenagens de uma maquina.Buscando um corpo mecânico, projeto na perfeição disciplinar, apareceu um novo objeto, o corpo natural. O processo de repetição e enquadramento, exigindo a suavidade corporal em seus mínimos detalhes, vai de encontro às condições de funcionamento próprias a um organismo. Em todo caso essa individualidade parece um efeito e um objeto da disciplina, sendo que no uso do exercício, coerção contínua e crescente, o corpo vai se mantendo na linha temporal evolutiva rumo à perfeição ideal.
A cooperação e a idéia de um resultado superior, diante do produto das forças foram as premissas para a criação da tática como técnica disciplinar. As características corporais e as técnicas dos teóricos do século XVIII geraram a arquitetura, anatomia, mecânica e economia do corpo disciplinar.
Possivelmente uma guerra como estratégia, seja uma continuação política, mas a política como técnica de