Vidas secas
GRACILIANO RAMOS
Michelangelo Bezerra Batista michelangelobatista@yahoo.com.br Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
Graduando do 7° período em História
Pesquisador do Grupo de Estudos Sócio-Ambiental e Etnohistória Indígena (UFCG).
Ao falarmos em Nordeste, pensando no Brasil, falamos em uma porção territorial que fora, em algum momento, pertencente à porção Norte. Quando nos limitamos a esse espaço enquanto região, acabamos por entrar em toda uma construção discursiva e de teatralização política que viabilizou o processo de separação desta extensão territorial enquanto região.
Assim, o Nordeste é percebido principalmente, dentre vários fatores, através da seca. E este fator climático é que, em maior parte, representará o Nordeste enquanto região. A seca, por sua vez, faz parte, além da construção do Nordeste enquanto pobre e flagelado, da teatralização política, que tinha por fim angariar recursos.
Essa análise historiográfica, quando da abordagem do Nordeste e a problemática da seca, é fundamentada a partir da História Ambiental. Mas quando me proponho analisar uma obra literária, afim de uma produção historiográfica, acabo me reportando também a uma inovação na historiografia ocorrida no início do século XX, a partir das propostas dos Annales.
Com base nesta relação entre História, a partir de uma abordagem ambiental, e literatura, é que vou desenvolvendo este trabalho, que tem por objeto o Nordeste dentro da perspectiva discursiva da seca.
Historiografia, Literatura e História Ambiental: novas possibilidades na construção do conhecimento histórico
“A base profunda de um método histórico é uma ‘representação do tempo histórico’ e é esta representação que diferencia as diversas escolas e programas históricos” . Para José Carlos
Reis, o que diferencia as diversas escolas historiográficas, é justamente a representação feita sobre o tempo histórico. Tal representação