vidal de la blache
Nesse sentido, nas relações entre o homem e o meio, o homem não é um mero elemento passivo; ele é sobretudo um agente e sua ação é tanto mais antiga quando mais avançado seu grau de cultura e mais desenvolvida a técnica de que é portador. Desse modo, dentre as condições oferecidas pelo meio, o homem escolhe as de maiores possibilidades para a sua sobrevivência e o seu desenvolvimento cultural.
As condições históricas possuem, assim, um significado particular nas relações homem-meio, no seu desenvolvimento cultural e no seu papel como agente modificador da superfície da Terra.
Não se trata, portanto, de negar a influência do meio que é, por vezes, poderosa, mas sim de enfatizar como os grupos humanos e o meio interagem mutuamente, produzindo uma resultante geográfica entre meio natural e meio cultural. Ao mesmo tempo, os possibilistas não negavam a ideia, presente nos deterministas, do “todo” da superfície terrestre, da inter-relação entre todos os fenômenos nesta mesma superfície.
Nesse contexto, La Blache edificou seu método geográfico em torno de dois pontos principais:
• Adotando uma base filosófica de interpretação dos fatos constituída pela doutrina do possibilismo, a qual se tornou a refutação final ao determinismo geográfico.
• Adotando o estudo das regiões como o meio mais adequado ao conhecimento das relações homem-meio, centro da controvérsia filosófica, que seria apenas superada no período entre as duas guerras mundiais.
Desse modo, o estudo da região, ao privilegiar a intuição, a observação e a descrição da paisagem
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como o método analítico por excelência, a geografia tradicional terá no empiricismo sua base de sustentação.
No período entre guerras, a trajetória metodológica da geografia será marcada por uma tensão entre a força da tradição empiricista clássica e a
O Positivismo como