Vida e obra de florestan fernandes
Órfão de pai, Florestan nasceu em 1920, em São Paulo, filho de uma migrante portuguesa que trabalhava como empregada doméstica na cidade de São Paulo. Ele começou a trabalhar aos seis anos, como engraxate, depois garçom e vendedor. Consta que fora chamado por Vicente durante a infância porque os patrões de sua mãe não admitiam que ele fosse chamado por Florestan, por considerar que Florestan não era nome de pobre. O casal dizia que o nome era típico das classes superiores e que ele era apenas um simples filho de lavadeira, no entanto ajudavam em sua formação, principalmente enquanto leitor. Casou-se com Myriam Rodrigues Fernandes, com quem teve seis filhos (1944) e tornou-se assistente do Professor Fernando de Azevedo na cadeira de Sociologia II (1944). Trabalhando, Florestan não pode cursar o secundário, optando mais tarde por fazer o curso de “madureza”, ou supletivo, como chamamos hoje. Por seu próprio esforço chegou à universidade pública, a USP, aos 21 anos. O “menino de rua” tornou-se o criador da sociologia crítica e militante, sendo reconhecido mundialmente pela sua contribuição científica e militância política. O sociólogo Florestan Fernandes dedicou seus estudos a tratar dos movimentos sociais, da ação dos índios e negros, imigrantes, escravos e trabalhadores rurais e urbanos. Escolheu estudar os excluídos do sistema capitalista porque ele mesmo sofrera na pele os percalços de uma vida conturbada. Ao tornar-se intelectual passou a defender uma sociologia que transformasse a realidade e fosse transformada por ela. Acreditava que, o pensamento, quando intervindo na realidade, só pode promover mudanças por meio da democracia participativa. Mestre em Antropologia e Doutor em Sociologia, Florestan Fernandes incorporou o marxismo no trabalho e a sociologia moderna conquistou, por seu intermédio, mais um instrumental teórico fundamental para a interpretação do desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Nasceu com ele a