Vida e obra Florestan Fernandes
Claudia Sombrio Fronza
Referencia Bibliográfica
COHN, Gabriel. Padrões e dilemas: o pensamento de Florestan Fernandes. In: MORAES, Reginaldo; ANTUNES, Ricardo; FERRANTE, Vera B. (org). Inteligência Brasileira. São Paulo, Brasiliense, 1986.
Texto:
PADRÕES E DILEMAS: O PENSAMENTO DE FLORESTAN FERNANDES
Gabriel Cohn
Florestan Fernandes nasceu em São Paulo, em 1920 e morreu em 1995. No país foi considerado um dos mais importantes sociólogos críticos e militantes que tematizou sobre a ciência e a cidadania.
Em 1941, Florestan ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, formando-se em ciências sociais. Iniciou sua carreira docente em 1945, como assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II. Na Escola Livre de Sociologia e Política, obteve o título de mestre com a dissertação "A organização social dos Tupinambá". Em 1951, defendeu, na Faculdade de Filosofía, Letras e Ciências Humanas da USP, a tese de doutoramento "A função social da guerra na sociedade tupinambá", posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora o método funcionalista.
Na trajetória profissional e acadêmica, também, empenhou-se a definir o que seria um estudo sociológico, pensando na consolidação da sociologia enquanto ciência no país e as responsabilidades de um cientista social. Posteriormente, empenhou em compreender e interrogar a dinâmica da realidade social, ou ainda, a ordem social competitiva e a importância do controle democrático de processos sociais. Sua preocupação em debater a ordem social competitiva tangenciava em evidenciar as desigualdades e antagonismos vivenciados na sociedade. Especialmente, pois presenciou em sua infância muitas destas contradições por meio da exploração do trabalho infantil, as dificuldades de acesso e permanência nas atividades educativas, bem como as dificuldades vivenciadas por sua família de prover a sobrevivência.
Uma questão