Vida e morte de steve jobs
Um dos primeiros documentaristas, que ousaram questionar o modelo clássico de documentário, no Brasil, foi Jorge Furtado. Este produziu Ilha das Flores em 1988, com duração de 13 minutos, financiado pela Casa de Cinema de Porto Alegre, para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Este filme era para ser mais um questionário sobre o tratamento do lixo. No entanto, o documentário satiriza com modos textuais de representação.
O documentário apresenta de forma divertida e informativa o retrato das peculariedades do homem. Ou seja, trabalha sobre a mecânica da sociedade de consumo. Acompanha de forma simples a trajetória de um simples tomate, desde a plantação ate ser jogado fora. Basicamente desenvolve a processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho.
Ao assistir o curta, a primeira impressão que causa, é a percepção descontraída e sarcástica que o filme faz criticando a desigualdade que existe no capitalismo. Nele há o retrato da realidade daquilo que, para alguns, é transformado em lixo, enquanto para outros tantos é um meio de sobrevivência.
A Ilha das Flores é um local na cidade de Porto Alegre aproveitado como depósito para o lixo. Embora seja o assunto central do filme, o lugar aparece somente quando os instantes finais se aproximam e, antes disso, observa-se a trajetória de um tomate desde a colheita ao descarte por uma dona-de-casa, até que chega ao lixão da ilha, numa dinâmica que escancara, com várias retomadas e em detalhes, o processo de geração de riquezas numa sociedade de consumo, com enfoque particular nas desigualdades desse sistema.
Apesar do enfoque, convém ressaltar que são usados alguns e bons recursos para manter um teor de impessoalidade do texto. Um desses recursos é o modo de narrar, sem grandes variações no tom de voz, sem exprimir qualquer emoção.
O texto é trazido de forma meramente expositiva, com um ar quase enciclopédico, sem