Vida secas

O povo brasileiro é um povo que se formou e se forma a base de sofrimento advindo de sua contextualização histórica, de sua dimensão continental, de sua diversidade ambiental e populacional. O filme retrata um aspecto dessas adversidades que é o clima do nordeste que obriga as pessoas a deixarem sua localidade em busca de vidas melhores. O filme ressalta o homem hostilizado pelo ambiente, pela terra, cidade, o homem devorado pelos problemas que o meio lhe impõe.
O filme apresenta fatos indesejáveis a qualquer ser humano quase que do começo ao fim, pois retrata um clima seco, sem vida e sem condições de uma vida digna, obrigando as pessoas a desocuparem o pouco que tem e saírem em busca de outros territórios que nem sabem ao certo onde ficam. "Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos." A fome é um aspecto triste do filme que mostra os personagens debilitados e até mesmo a cadela fica triste sem ter o que comer e o que beber, sendo obrigado a sacrificar o próprio papagaio de estimação para comer.
O trabalho nem sempre favorecem a uma melhoria de vida, pois eles trabalhavam muito, mas obtinham quase nada como resultado de seu trabalho e isto leva a outros vícios como a ignorância pela falta de estudos, a bebedeira, o jogo fazendo com que a vida do nordestino seja um círculo vicioso de desprazeres
Esse filme baseado no livro com o mesmo título de autoria de Graciliano Ramos retrata fielmente a realidade brasileira não só da época em que o livro foi escrito, mas como nos dias de hoje tais como injustiça social, miséria, fome, desigualdade, seca, o que nos remete a idéia de que o homem se animalizou sob condições subumanas de sobrevivência.
A família representada no filme é o retrato de muitas famílias brasileiras que em pleno século XXI sofrem com a falta de moradias dignas em localidades seguras ao abrigo de enchentes, secas, tempestades e falta de emprego