Vestuário
Em tempos eram usados os panos Lubongo, como sabemos.
Conforme a dignidade das pessoas, assim eram esses panos: maiores ou menores, com mais ou menos ornatos.
Havia-os só próprios para o Rei. E destes só ele fazia oferta a quem muito bem desejasse.
Chegavam a comprar-se os panos em troca de escravos e de marfim.
Uma grande parte dos habitantes contentava-se com um pequeno pano.
O vestir mais decente e mais comum, para as mulheres, passou a ser, depois da importação de tecidos da Europa, uma peça de algodão com que cobriam os ombros e uma outra que enrolavam a volta da cinta, Ainda hoje é esta a regra geral mas com lindos panos estampados e garridos.
Os homens acabaram com o seu pano próprio: de zuarte (Kimbundi - pl. Bimdundi). Desde tempos muito arredados que usam casaco, e até casaca, de origem europeia.
Os grandes senhores não podiam dispensar o uso de uma pele à cinta, à guisa de avental. E a ordem de dignidade impunha a espécie de pele: de animal tanto mais bravo e feroz, quanto maior é a autoridade - do que a usa-leopardo (ngo), sinzi
(grande gato selvagem), etc., todos, ou quase, da família dos felinos.
Ainda hoje, nas reuniões de clã, festas de Mpolo e congéneres, os grandes chefes velhotes se apresentam de pano de zuarte (mesmo por cima das calças) e com a pele própria da sua dignidade.
Os tidos ainda por Chefes de clã, quando recebem alguém para resolução de questões e onde têm de afirmar a sua autoridade, apresentam-se sempre de pano, tanto quanto possível de zuarte.
Na mulher, o pano que fazia de saia teria de passar muito abaixo do joelho. Debaixo deste usavam sempre um outro mais pequeno.
Não havia qualquer relutância - nem era tido por falta de pudor - o andar de tronco nu, mesmo as mulheres. Ainda em 1941, no interior, era uso correntíssimo entre as raparigas e mulheres de qualquer idade. Mais se notava em trabalho de campo.
A noção de recato e de pudor estava simplesmente ligada