Verticalizar
Vejo que muitos têm criticado o recente boom imobiliário das grandes capitais brasileiras argumentando que a verticalização tem acabado com a qualidade de vida das cidades.
Em São Paulo, por exemplo, ONGs e associações têm sido criadas com o intuito de barrar a construção de prédios em certos bairros.
Argumentos como transito, colapso da infraestrutura, descaracterização do bairro e ate falta de sol são frequentemente usados por essas entidades.
É claro que todos nós gostaríamos de morar em uma cidade horizontal, com bairros planejados e com muito verde. Mas diante do crescimento econômico do país nos últimos anos as grandes cidades cresceram vertiginosamente e desordenadamente e frente a isso, acho que deveríamos repensar o nosso modelo urbanístico e começar a pensar em um modelo mais democrático e racional, deixando a utopia e a nostalgia de lado.
Infelizmente, a ação do Estado em relação ao planejamento, criação, e melhoria da infraestrutura das capitais brasileiras, não acompanhou seu crescimento e consequentemente, o desenvolvimento imobiliário desses centros urbanos. Em síntese, verifica-se que a maioria dos problemas encontrados nas grandes cidades, são relativos a falta de uma rede infraestrutura adequada ao seu adensamento. Recente recebi um estudo muito interessante da Mercer, uma entidade internacional independente, apontando que, entre as cidades mais adensadas do primeiro mundo (cidades acima de 8 milhões de pessoas), as que proporcionam melhor qualidade de vida a seus habitantes, são as mais verticalizadas. Por quê? A resposta é mais simples do que imaginamos! Quem não cresce para cima, cresce para os lados, ocupando muito mais espaço, ou seja, uma ocupação muito menos racional.
Vamos imaginar o seguinte, uma cidade como São Paulo, onde a media do potencial de verticalização permitido é de 2 vezes a área do terreno, agora, para compararmos, vamos pegar Nova Iorque, onde, em