Vermelho como o céu
O protagonista do filme, Mirco, aparece como um motivador de novas formas de se pensar a educação destes alunos, destacando o despertar de uma nova cultura, novos grupos sociais, levando às novas demandas e idéias sobre o tema. Quando o garoto perde a visão, passa um período de intensa dificuldade, não só ele havia deixado de enxergar, como seu meio ambiente mudara completamente. O filme destaca bem este aspecto ao contrastar a natureza aconchegante e colorida da primavera nos campos em que o menino vivia quando enxergava, com o clima frio e as paredes cinzentas da escola para qual fora transferido. Porém com o tempo ocorre o despertar de uma nova cultura, o jovem estudante ao fazer um trabalho escolar sobre “o que é a chegada da primavera”, aprende a perceber a natureza de outra forma, através dos sons, do toque. Os métodos de Mirco iam à contramão das práticas pedagógicas normatizantes defendidas pela escola, que pretendia ensinar técnicas para que ele se tornasse uma mão-de-obra qualificada para o mercado industrial emergente. Porém o garoto não só experimentou novos métodos como também motivou seus pares a descobrir novas sensações, através dos sons, aprenderam a descrever e reconhecer o clima, o tempo, histórias, ambientes, sentimentos etc. Os alunos deram ao cinema um novo significado, que fica claro quando vão todos assistir a um filme e apesar de, em determinado momento, confundirem as vozes das demais pessoas na platéia com as próprias da película, não deixaram de se divertir apenas escutando. Deste modo a narrativa envolvente se desenvolve até o clímax da história em que ocorre o enfrentamento das novas demandas destas crianças com as antigas práticas pedagógicas da instituição em que estavam inseridos. Neste sentido a realidade representada desta escola no filme demonstra bem como o conceito de NEE começa a ser ampliado. Pois como fica claro, o fato dessas crianças serem cegas passa a ser “naturalizado” dentro dessa nova cultura e as