Vaso de alabastro
A loja da Juliana Benfatti é uma caixinha de surpresas. E das boas. Depois de muito tempo sem aparecer, voltei lá outro dia com o Zé Renato Maia. Tanto ele quanto eu, fãs confessos dos garimpos da mulher estilosíssima que empresta seu nome – e sua expertise – para a simpática casinha em estilo europeu da Rua Sampaio Vidal, ficamos embasbacados com uma aquisição recente do acervo: vasos de alabastro. Eram dezenas deles: gorduchos, bojudos, esguios, longilíneos, pequenos, grandes, de todos os tamanhos e variações, todos espetaculares, nenhum igual ao outro, como as joias devem ser. Não que se trate de uma pedra preciosa, mas é quase isso.
Também conhecido como espato acetinado, o alabastro é um calcite oriental antigamente usado para fabricação de urnas funerárias e frascos de perfume. No décor, ganhou forma e conteúdo na Itália, já que os caríssimos comedores de macarrão fazem desde lustres até molduras de janela com o mineral. Luxo pouco é bobagem!
Dizem que a matéria-prima foi descoberta no Egito dos faraós – cheguei a ver até sarcófagos esculpidos em alabastro quando estive bancando o Indiana Jones no Cairo e em Alexandria. A mágica da coisa é que a pedra é quase transparente. Quando a luz incide sobre ela, ilumina seus veios e imperfeições (perfeitas, diga-se de passagem).
Num dos seus últimos périplos pelo Marrocos, Juliana deu de cara com um nômade egípcio que trazia uma charrete carregada de vasos como os que você vê na foto. Veterana que é, não pensou duas vezes e arrematou cada peça do lote, vasinho por vasinho. Um deles é meu. O outro, do Zé Renato. Se você correr, acho que consegue um também.
Juliana BenfattiRua Sampaio Vidal, 786, Jardim Paulistano – São Paulo (SP)Tel: (11) 3083-7858