Valência verbal
Moésio Muniz Lopes
INTRODUÇÃO
O presente escrito tem por intuito discorrer um pouco acerca da Gramática de Valência, traçando um leve comparativo entre esta e a Gramática de Constituintes. O mesmo enfatiza de forma especial a importância da valência verbal nas estruturas léxicas. Para tal levantamento se fez necessário usarmos argumentações de alguns teóricos, a saber: BECHARA (2002), BORBA (1966), BUSSE e VILELA (1986), LUCIEN TESNIÈRE (1959), VIEIRA & BRANDÃO (2007), entre outros. Estudar a Gramática de uma língua requer um prévio estudo científico, ou seja, exige conhecimentos teóricos acerca do que está sendo argumentado. Um dos equívocos da Gramática Tradicional é que ela não faz um recorte teórico bem definido. A mesma, por exemplo, não situa de forma clara as pessoas discursivas dentro de uma precisa perspectiva teórica. A Gramática Tradicional costuma apresentar dois conceitos básicos para definir a classe gramatical “ Verbo”: i. Verbo é a palavra que indica fenômeno da natureza, estado e ação; ii. Verbo é a palavra que concorda com o sujeito e número. Conforme podemos observar ela não segue uma linha teórica concreta, fica transitando em linhas científicas divergentes. Enquanto na acepção i) temos uma abordagem mais ligada ao campo semântico, por sua vez na definição ii) encontramos mais uma visão predominante da sintaxe. A nossa ênfase nesse estudo, já frisada anteriormente, é a Valência verbal, ou seja, o verbo visto como elemento dominador de toda e qualquer sentença enunciativa. Assim podemos aferir que não é o verbo que concorda com o sujeito, como afirma a Gramática Tradicional, e sim o sujeito que obrigatoriamente concorda com o verbo.
EMBASAMENTO TEÓRICO
Segundo alguns pesquisadores e estudiosos linguísticos a Gramática de Valência teve origem com o teórico francês Lucien Tesnière aproximadamente no ano de 1959.