Valor nutricional da casca do grão de soja, farelo de soja, milho moído e farelo de trigo para bovinos.
A crescente demanda por uma melhor utilização dos recursos alimentícios no mundo tem evidenciado a necessidade da utilização de fontes não competitivas com a alimentação do homem. Mundialmente, tem-se intensificado a exploração de animais monogástricos, principalmente aves e suínos, que se alimentam basicamente de milho e soja, ocasionado elevação de preço destas fontes, tornando-as, muitas vezes, proibitivas para ruminantes. A casca do grão de soja (CGS) é obtida no processamento da extração do óleo do grão desta oleaginosa. A cada tonelada de soja que entra para ser processada, cerca de 2% é transformada no resíduo da casca de soja, com alto valor nutricional possuindo em sua composição 91% de matéria seca, 12,20% de proteína bruta, 66,30% de fibra em detergente neutro, 2,99% de lignina, 2,10% de extrato etéreo e 80,0% de nutrientes digestíveis totais. A substituição do milho pela casca do grão de soja em até 28% da massa seca da dieta melhora a digestibilidade da fibra, enquanto que a ingestão e a digestibilidade da MS e a produção de leite permanecem semelhantes às obtidas com dietas tradicionais.
A digestibilidade da celulose, ocorrida no trato gástrico de ovelhas recebendo CGS como único alimento, foi de 54%, porém quando esta era retida em sacos de náilon, a digestibilidade aumentou para 96%. A casca do grão de soja, moída ou peletizada, possui altos teores de FDN e FDA, tendo uma degradabilidade efetiva mediana (43,0 % a uma taxa de passagem de 5,0%/h). A partir dos resultados encontrados apesar este resíduo da agroindústria constitui-se numa fonte alternativa de alimento aos ruminantes.