Valor da qualidade
A grandeza de espírito é o oxigénio do comportamento. E se não posso realizar grandes coisas, posso pelo menos fazer pequenas coisas com grandeza, terá alguém dito com grandeza e com espírito.
Vive-se hoje obcecado até ao tutano por uma nova ditadura. A ditadura da quantidade. O que conta é o número, o volume, o comprimento, a força, a velocidade entre muitas medidas de aferir o ter, o possuir, o dominar, o chegar, o consumir. A quantidade, porém, não contém em si e por si a qualidade, nem esta precisa daquela para o ser. A quantidade é o sinal exterior de uma grandeza mensurável. A qualidade é o sinal nem sempre exterior de uma grandeza que não se mede.
A qualidade é o que fica depois da quantidade não contar. A qualidade existe, pois, para além da quantidade. A quantidade é o conta quilómetros da nossa corrida, a qualidade é o termóstato da nossa vida no intervalo da corrida. A quantidade não existe para além da aparência do que representa, a qualidade subsiste para além do tempo da sua gestação. A quantidade até pode ser o tudo. Mas só a qualidade pode ser o todo.
Da quantidade depois de o ser resta o nada. Da qualidade fica sempre o desafio.
A quantidade como medida divide-se. A qualidade como exemplo multiplica-se.
A quantidade necessita de uma calculadora e de um registo. A qualidade exige uma consciência e uma memória.
A quantidade é uma união de facto. A qualidade é uma união de valor.
António Bagão Félix
(Excerto do livro “Do lado de cá ao deus-dará”, 2002)
“Qualidade é acertar à primeira no prazo previsto, sempre, porque fazer de novo custa dinheiro.”
J. Oakland
“A qualidade nunca é um acidente.
É sempre um resultado de um esforço inteligente, onde deve prevalecer a vontade de produzir algo superior.”
J. Todo Bom
História da Qualidade
A preocupação que actualmente se vive em torno do conceito de qualidade não é uma questão recente. (Wilkinson; Redman; Snape; Marchington: 1998). As preocupações com a qualidade