URUPÊS - Monteiro Lobato
RIBEIRO, Franciele Soares
URUPÊS – MONTEIRO LOBATO
Obra publicada em 1918, Urupês traz uma coletânea de 14 contos e crônicas de Monteiro Lobato, escritor pré-modernista que apresenta nessa obra um regionalismo crítico, que não era típico do romantismo, mas que teve grande repercussão na época.
José Bento Monteiro Lobato nasceu em Taubaté – SP em
Com “Jeca Tatu” Monteiro Lobato cria um estereótipo do
1882, estudou direito, mas não era o que queria;
caipira,“ caricatura de um caboclo que o autor utiliza para
abandonou a profissão e se dedicou ao máximo ao mundo
ironizar e criticar os problemas políticos e sociais da época,
das letras; fundou a Companhia Editora Nacional e Editora
idealizando a figura ignorante e alienada do homem rural,
Brasiliense; lutou pelos interesses nacionais, e como
denunciando também a miséria campesina. Nesse contexto, como período de transição, cujas características identificam-
consequência, ficou preso durante 6 meses. É considerado o melhor escritor infanto-juvenil. Morreu em São Paulo em
se com a renovação da linguagem, exposição da realidade e composição de cenários e personagens que denunciavam o
1948.
contexto político-econômico do Brasil, desenvolve-se o pré-
Urupês, principal conto da obra, apresenta uma linguagem
modernismo. O conto leva esse título Urupê por ser o apelido
coloquial e direta. O conto enfatiza o personagem “Jeca
de “Jeca Tatu”. Urupê significa uma espécie
Tatu”, uma mistura do índio com o homem branco, um
parasita. Monteiro Lobato finaliza o conto dizendo: “no meio
que vivia sob a “lei do menor esforço”;
de tudo, só ele que não ri, não canta e não ama, só ele, no
típico caboclo
desleixado e preguiçoso, Jeca Tatu não trabalhava, vivia
de fungo
meio de tanta vida, não vive.” Portanto, na obra, a caricatura de Jeca Tatu se refere a um tipo brasileiro, sem voz e sem
sentado debaixo das sombras e utilizava