ursinho falante
Após assistir ao péssimo “O Ditador”, que chega a ser tão bobo quanto os filmes da franquia “Todo Mundo Em Pânico”, pensei que demoraria um longo tempo até que saísse um filme que, de maneira inteligente, original e inusitada, brincasse com estereótipos do mundo real. Engano meu: pouco mais de um mês após me decepcionar com o novo longa de Sacha Baron Cohen, vou ao cinema conferir “Ted” – e saio de lá extremamente contente com a excelência do filme.
Ted brinca, sem medo, com tudo o que vê pela frente e se destaca ao ser natural quando expõe situações absurdas – como vemos nas cenas em que um homem responsável usa drogas pesadas, pessoas destroem um apartamento durante uma festa e o ursinho que dá nome ao filme faz sexo com sua colega de trabalho. Seth Macfarlane, criador da ótima série Family Guy, mostra-se um competente diretor, roteirista e ator: fazendo inúmeras referências eficazes aos anos 80 e 90 (que, diferentemente de muitos filmes, fluem durante a narrativa e não é necessário profundo conhecimento prévio para entendê-las). Macfarlane ainda cria personagens perfeitos para serem interpretados por Mark Wahlberg e Mila Kunis, que transbordam talento e revelam uma química maravilhosa. As piadas revelam a potência do filme. Elas vão desde comparações entre sentimentos e a força de destruição de um helicóptero apache, um personagem dizer que a Marcha Imperial é a música tema de Diário de Uma Paixão a uma zoação sem piedade com pessoas que se recuperam com sérias sequelas de doenças gravíssimas.
Potência, essa, que pode fazer o filme se tornar um cult, principalmente devido aos seus inúmeros momentos inesquecíveis: a Música do Trovão (com o memorável verso “Fuck You Thunder, you can suck my dick!”), John Bennet falando dezenas de nomes feitos para vadias, Ted comparando uma criança gorda com Susan Boyle e seu chefe que, extremamente do contra, sempre o