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Reportagem / Detroit
A cidade que ruiu com sua indústria
A crise que quase liquidou GM, Ford e Chrysler transformou
Detroit no pior lugar dos EUA para se viver. Mas não é o fim da estrada para a cidade do motor
Fernando Valeika de Barros e Cesar Barroso, de Detroit
PERSPECTIVA SOMBRIA
A torre da GM, vista entre uma casa abandonada e outra habitada na região central de Detroit, no fim da tarde de 16 de janeiro
São milhares de casas e apartamentos abandonados, alguns deles destruídos pelas fogueiras que os sem-teto acendem para lutar contra o frio de 20 graus negativos das madrugadas. Parte de Detroit, no estado de Michigan, é um cenário de documentário sobre o fim do mundo. Despossuídos vagam pelas ruas como autômatos, com suas juntas enrijecidas pelo vento gelado.
Um símbolo da decadência é a fábrica da Packard. São 325 mil metros quadrados de ruínas, das quais a cidade não consegue se livrar. Abandonada há décadas, nem proprietário tem mais. Reza a lenda que o dono cumpre pena por tráfico de drogas na Califórnia. O lugar virou mórbida atração turística e ponto de encontro dos grafiteiros da cidade.
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT206975-16642,00.html
09/09/2011
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Em 60 anos, os habitantes de Detroit decresceram de 1,8 milhão de pessoas para os atuais 750 mil.
E continuam diminuindo. Em 1967, uma histórica rebelião da população afro-americana sacudiu a cidade. Dada a inabilidade nas negociações do pós-revolta, a população branca começou o êxodo para os subúrbios ou para outras partes do país. Sobre esse caldo de cultura, acrescentou-se o desemprego galopante nas montadoras da cidade – GM, Ford e Chrysler. Postos de trabalho foram eliminados em massa. Primeiro, pela automação. Depois, pela invasão dos automóveis