Lendo o artigo “Urbanizações Temáticas – arquiteturas do desejo” da professora da Univerdade Federal da Bahia Elyane Lins Correa, me deparei com situações problemáticas de Salvador as quais já havia percebido previamente mas não as reflitia criticamente.Tais situações influenciam demasiadamente na maneira como nós (moradores), encaramos a cidadade em termos de identidade cultural e modo de vida. O fato da “revitalização” do centro histórico de Salvador ser apenas exibida nas fachadas das casas antigas , como maquiagem colocada para disfarçar as imperfeições, não atinge ou até mesmo aflinge os turistas , os quais querem apenas levar as fotos para completar seus albúns, nem os moradores da própria cidade que vivem distante do local e de sua real situação e o tratam, também, como ponto turistico: não se percebe o mínimo de reflexão ou preocupação, por parte da maioria dos soteropolitanos que por trás dessa “maquiagem” existem dezenas de pessoas que foram desalojadas dessas casas sem o menor respeito e que isso foi feito apenas para suprir a necessidade visual e de “identificação cultural” dos respectivos visitantes. O desejo visual, do belo está intriseco em todos os indivíduos.Inevitalvelmente a concepção de beleza é o que primeiro chama a atenção, atrai.E é exatamente isso que as construtoras dos condiminios fechados em Salvador pensam. A exemplo do Jardim Mediterraneo, condôminio localizado no bairro de Piatã, o qual vende o imóvel alegando uma arquitetura que “remete as vilas européias”.Tal escolha de tipologia arquitetônica nada mais é que um artifício para atrair os consumidores de uma forma que a remetição as vilas européias transmita uma beleza que reflita sofisticação, nobreza, luxo. Tudo isso, em um espaço de mais de 21 mil metros quadrados com serviços como praça infantil até um spa exclusivo. É um verdadeiro paraíso em Salvador, o lugar perfeito para morar: com segurança 24 horas, longe do conturbado centro urbano, onde você pode se isolar