Urbanidades No Rural
A partir do entendimento de que o rural e o urbano devem ser vistos de forma complementar, Moreira (2002) destaca a existência de uma troca entre eles, identificando urbanidade em espaços rurais, assim como ruralidade em espaços urbanos. Segundo ele, poderíamos argumentar que as complexas relações sociais contemporâneas apresentam, ao mesmo tempo, fluxos culturais e materiais da ruralidade e da urbanidade, rompendo assim com a concepção essencialista de um ser rural que se opõe ao ser urbano. Olhando assim para esses componentes poderia se falar de elementos de ruralidade em espaços urbanos, bem como de elementos de urbanidade em espaços rurais.
. Nesse sentido, a ideia de difusão das urbanidades no campo está diretamente imbricada ao que Rua (2005) nos coloca de que “...a possibilidade da convivência, num mesmo espaço, da cultura rural com a cultura urbana, é o que reforça a nossa defesa da ideia da presença das “urbanidades no rural”. Assim sendo, depreendemos que a chegada de infraestrutura no campo, alterando o cotidiano dessa área não é suficiente para transformá-la em urbana, tampouco extermina a tradição rural já existente, mesmo que a remodele, isso porque o novo rural é o espaço que abarcar tanto a cultura rural quanto a urbana, assim, RUA (2002) afirma que a chegada de infraestrutura no campo deve ser entendida como a difusão de “urbanidades no rural”, que para ele, essas urbanidades “seriam todas as manifestações do urbano em áreas rurais sem que se trate esses espaços formalmente como urbanos”.
Além da infraestrutura, a chegada de urbanidades também pode ser percebida com a mudança no cotidiano dos moradores locais, pois este processo não se restringe a mudança física local, estando também atrelado com as interações culturais entre o rural e o urbano.
A difusão de veículos de comunicação de massa permite certa padronização do consumo, inserindo até mesmo os habitantes