Uma visão teológica do amor
Como a língua portuguesa se encontra muito restrita para expressar o amor os termos gregos se tornam mais apropriados para definir suas variações. Assim como o homem evolui o amor também, seguindo o desenvolvimento intelectual e emocional do indivíduo, amadurecendo junto ao ser.
O primeiro tipo de amor tratado pelos gregos é chamado de Pornéia, que, segundo Jean-Yves Leloup, “se refere ao amor do bebê por sua mãe – isso quer dizer que ele a come! Ele gosta do seu leite, de seu calor, ou seja, do objeto materno”. Pornéia é o amor pelo objeto que satisfaz suas necessidades, suas pulsões. A encontramos na fase do Édipo, da qual “procede o fantasma de um pai que deteria privilégio de que o filho deveria apoderar-se para poder ser ele próprio” segundo Paul Ricoeur.
A imagem do pai como figura de competição leva a criança a ter sentimentos desagradáveis em relação ao mesmo por ter a possibilidade de ‘roubar’ seu objeto que satisfaz suas pulsões. A possibilidade de não ter seus desejos satisfeitos, marcada por uma figura de competição, leva o indivíduo ao desejo de eliminar tal figura, a vontade da morte do pai.
Só com a dissolução do Édipo que o homem seguirá na escala evolutiva do amor e experimentará Eros, que como diz Yves “é o amor do inferior em relação ao superior, o amor da beleza”. A apreciação da beleza do outro é uma revelação de que o amor se tornou mais inteligente. Não que tenha perdido sua característica instintual e animal, mas não é mais puramente a