UMA VISÃO DOS DEFICIENTES PELA HISTÓRIA

INTRODUÇÃO

Para ter a dimensão do entendimento social sobre o indivíduo deficiente, precisamos nos reportar, de certa forma, ao passado. Localizando nas diferentes épocas o retrato que se fixou, culturalmente, sobre a idéia das diferenças individuais, e que se converteu, assim, no atual modelo de atendimento a este sujeito nas várias instituições, principalmente no sistema de ensino regular.

Durante muito tempo, as pessoas com deficiência foram vistas como incapazes de aprender e de manifestar conhecimento, sendo a elas denegado o acesso à cultura, tanto quanto ao lazer e à educação.
Na presunção de que essas pessoas nasciam por desígnio divino, que existiam para espiar pecados ou faltas cometidas por seus antecessores, nem se pensava em lhes oferecer meios de acesso à educação mais básica, menos ainda ao conhecimento científico. Assim, as pessoas com deficiência ficaram à margem da sociedade, isto é, asiladas e exiladas socialmente em instituições ou longe dos ambientes sociais.
Isto pode ser descrito como períodos que vão dede o descarte dos deficientes, da perplexidade e misticismo até aos encaminhamentos assistencialistas.
A forma como se "vê" o indivíduo com deficiência é modificada de acordo com os valores sociais, morais, filosóficos, éticos e religiosos adotados pelas diferentes culturas em diferentes momentos históricos.

Este trabalho ateve-se tão somente a pesquisar históricamente, desde a antiguidade até hodiernamente, as diversas posturas assumidas pela sociedade em torno do deficiente em geral.

Segundo dados históricos levantados pelo autor Silva (SILVA, Otto Marques da. Epopéia Ignorada – A História da Pessoa Deficiente no Mundo de Ontem e de Hoje. Centro São Camilo de Desenvolvimento em Administração da Saúde, 1987 , 470 p.), descreve inúmeros episódios e/ou referências históricas aludindo ao contingente de pessoas com deficiência.
O primeiro deles diz respeito à constatação de que sempre existiram na História indivíduos