Uma teoria realista da política internacional - Morgenthau
De acordo com o autor, a escola da teoria realista tem como propósito “trazer ordem e sentido para uma massa de fenômenos que, sem ela, permaneceriam desconexos e incompreensíveis”. É visto como fundamental a compreensão de que observado do ponto de vista racional as relações humanas se apresentam imperfeitas e com “forças inerentes a natureza”. Partindo dessa premissa o autor vê na “precária soluções de conflito” e no “equilibrio de interesses” a solução primária para resolução de interesses distintos. É importante deixar claro que para o autor “vivemos em um universo formado por interesses contrários, em conflito contínuo, onde não há possibilidade de que os princípios morais sejam algum dia realizados plenamente”.
Seis princípios do realismo político
Após uma rápida explanação a cerca da teoria, o autor apresenta “seis princípios fundamentais da teoria realista, que tem sido frequentemente mal compreendidos”.
1) A RAZÃO NOS FATOS. A teoria realista se apresenta sendo extremamente racional. As leis objetivas que ditam a ordem no mundo devem ser operadas através da razão pois “independe, absolutamente, de nossas preferências”. Segundo o autor, mesmo que de modo imperfeito e desequilibrado, “o realismo tem de admitir a possibilidade de desenvolver uma teoria racional que reflita essas leis”. É necessário que os fatos sejam verificados através do uso da razão para que possa ser aplicado um sentido ao mesmo. É citado o caso da política externa para resumir a importância do uso da racionalidade para análise de fatos: “O realismo parte do princípio de que a natureza de uma determinada política externa só pode ser averiguada por meio de exame dos atos políticos realizados e das consequencias previsiveis desses atos. Desse modo, torna-se possível descobrir o que políticos realmente fizeram. Do exame das consequencias previsíveis de seus atos, podemos presumir quais teriam sido os seus objetivos.”
2) O PODER NA