Uma percepção sobre o idoso: a infantilização
• Silvinha Neves Pereira
Maria Cristina A. S. Campos
Resumo: O aumento progressivo da população idosa no Brasil e no mundo, justificada pela evolução da medicina, bem como pela melhoria das condições de moradia e de saúde e das tecnologias disponíveis à população, mobilizou o interesse da comunidade científica. Apesar da possibilidade de viver mais e melhor, com uma relativa qualidade de vida, a velhice e o lugar social do idoso são construídos aquém da sua real natureza, pois perante a sociedade sua identidade esta relacionada à doença, à inutilidade, à fragilidade e à incapacidade de trabalhar e, conseqüentemente, à improdutividade. A partir disso percebe-se a importância de projetos que possibilitem uma quebra desse paradigma e proporcionem uma visão desmistificada da velhice, tanto nos idosos como naqueles que convivem com esse grupo onde se acentua essa percepção negativa do envelhecimento.
Palavra - Chave: infantilização, idoso, família, envelhecimento, estereótipos.
O envelhecimento populacional observado na atualidade é um fenômeno mundial. Isso significa dizer que o há um crescimento mais elevado da camada idosa na população geral em comparação aos outros grupos etários. Em nosso país, segundo IBGE, em 1940 os idosos representavam 4% da população, já em 2000 passava para 8,6%. Quanto à expectativa de vida ao nascer era de aproximadamente 61 anos em 1980, já em 2000 houve um ganho para 71 anos, graças à diminuição da mortalidade, sobretudo infantil, e à diminuição da natalidade. Segundo os cálculos bioestatísticos de Camarano e sua equipe (2004), a esperança de vida aos 60 anos de idade em 2000, poderia levar os homens a chegar aos 79,3 anos e para as mulheres, aos 82,4 anos de vida. Tais constatações demonstram um quadro de constantes mudanças no seio de nossa sociedade, e juntas trazem as conseqüências nunca antes experimentadas:
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