Uma mente brilhante uma abordagem critica
John Forbes Nash Jr. nasceu em West Virginia, nos EUA, ano de 1928. A sua tese de Doutorado em Matemática, na Universidade de Princeton, ano de 1948, intitulada Nash Equilibrium, depois desdobrada em Noncooperative Games, revolucionou o universo acadêmico com uma teoria que aplica jogos e relações de rivalidade na compreensão de questões econômicas complexas.
Em 1959, Nash começou a sofrer com um transtorno mental, a esquizofrenia. Na época, casado com a ex-aluna Alicia, o matemático tinha frequentes alucinações e acessos de loucura. Em 1963, o casal se separou. Depois de uma longa luta contra a doença, Nash ganhou o Nobel de Economia por sua teoria, em 1994. Finalmente, em 2001, refez a sua união com Alicia. Hoje, ministra aulas esporádicas em Princeton.
Em linhas gerais, a vida de John Nash resume-se a esses pontos principais. São muito bem contados, aliás, na biografia escrita pela jornalista Sylvia Nasar, A Beautiful Mind, de 1994 - uma obra que tomava certas liberdades na interpretação de vários episódios da vida de Nash, como a sua famosa tendência homossexual. O que o filme Uma mente brilhante (A Beautiful Mind, 2001) oferece, por sua vez, é uma readaptação de muitas passagens enviesadas da biografia de Sylvia Nasar.
No filme dirigido por Ron Howard, Nash perde todas as referências homossexuais, como uma prisão em 1954 por comportamento indecente. A sua doença manifesta-se antes da formulação da teoria matemática, não depois. O seu filho com Alicia não sofre de esquizofrenia, ao contrário da vida real. E, principalmente, a relação com a esposa não apresenta qualquer abalo que simbolize uma separação duradoura.
Houve certa gritaria no meio acadêmico, entre organizações GLS. Como documento, o filme erra muito. Para o bem do clima dramático e romântico, porém, a cinebiografia ganha muito em ficção. "O que eu considero as partes mais interessantes de sua vida não estão no filme", chegou a dizer o protagonista Russell Crowe.
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