Resenha SOCIEDADES INDIGENAS
956 palavras
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A obra "Sociedades Indígenas" da antropóloga Alcida Rita Ramos, professora da Universidade de Brasília, busca abordar de forma profunda, porém acessível, as sociedades indígenas presentes na América do Sul não-andina. A autora expõe as relações entre território, sistema econômico, político, social, de crenças e de cultura indígena, realizando comparações sucintas com os correspondentes sistemas contemporâneos na sociedade urbano-industrial. Ao iniciar seu livro, Alcida Rita Ramos propõe um interessante estilo metodológico para sua obra. Ela considera outros importantes livros sobre sociedades indígenas pouco eficientes didaticamente, por serem muito abrangentes ao analisar populações indígenas de um país só ou muito complexos ao discutir indagações acadêmicas específicas. Dessa forma, a autora limita seus estudo à América do Sul não-andina por acreditar que as sociedades de lá compartilham características mais notáveis entre si apesar do processo de uniformização cultural oriunda da conquista européia e da atual limitação territorial de determinadas fronteiras de países aos quais tais sociedades estão involuntariamente ligadas. Verifiquei que Alcida parte do sentido de território nas sociedades indígenas como fundamento de todos os outros aspectos que circundam a estrutura cultural, econômica, religiosa, visto que a ligação com o meio ambiente é extremamente profunda e existencial. Com isso, pude observar que diferentemente das sociedades ocidentais, nessas populações de forma geral, não há genuinamente o sentimento da exclusividade de posse sobre a terra. Existem sim certos consensos partilhados por comunidades vizinhas sobre condutas eticamente incorretas sobre o uso do território, como a utilização de recursos naturais de outra comunidades sem consultá-la. Para eles só há escassez natural de recursos, não faz sentido a escassez socialmente provocada. Além desse aspecto referente à relação comunitária com a terra, existem inúmeros elementos