Uma abelha na chuva
Após uma árdua jornada um viajante , chegou a Corgos, trajava samarra com gola de raposa, chapéu escuro de aba larga, a camisa apertada sem gravata, barba feita com boa aparência.
O homem entrou no Café Atlântico e num golpe brusco tomou um brandy por três vezes, pagou e saiu, dirigindo-se à redação da Comarca, debaixo de uma verdadeira tempestade.
Chegando ao escritório do Medeiros, diretor da Comarca, o visitante sentou-se, abriu a carteira e pagaria o que fosse preciso para publicar uma nota no próximo número, o mais rápido possível.
O Medeiros de olhos assombrados disse:
- O senhor quer que eu publique na Comarca.
- Exatamente.
Encostou a papelada para o lado, e começou a ler o documento.
Eu, Alvaro Rodrigues Silvestre, comerciante e lavrador no Montouro, freguesia de São Caetano, concelho de Corgos, juro por minha honra que tenho passado a vida a roubar os homens na terra e a Deus no céu, porque até quando fui mordomo da Senhora do Montouro sobrou
Antes que o pudesse fazer, a sua esposa, D. Maria dos
Prazeres, chega a Corgos também, e dirigindo-se à redacção, encontra o seu marido no escritório e o papel com a confissão, guardando-o para que este não seja publicado. Depois, inicia-se o regresso a casa, sendo este um pouco tempestuoso, tanto pelo tempo meteorológico, como pelo estado psicológico das personagens. Pelo caminho surgem algumas dificuldades, que então superadas por Jacinto, o cocheiro,que os leva até casa.
Segue-se o serão em casa dos Silvestres, juntando-se a eles o Padre Abel, D. Violante e D. Cláudia. O Dr. Neto só chega mais tarde. Com a chegada deste, inicia-se uma conversa onde o tema é a morte e a vida, e a incapacidade do ser humano face à morte. É ainda neste serão que surge, vinda do Dr. Neto, como que uma insinuação
Chegando ao escritório do Medeiros, diretor da comarca, o visitante sentou-se , ariu a carteira e pagaria o profética, ao comparar a vida dos homens com as abelhas que ele