Um trabalho voltado para paz.
Josué de Castro defendia um desenvolvimento econômico-social voltado para o bem estar entre os homens, bem diferente do crescimento econômico quantitativo que divide cada vez mais o nosso mundo em pólos de abundância e de miséria.
"O caminho para a salvação do mundo, segundo nossa opinião, deve consistir em facilitar progressivamente sua reestruturação econômica e social a partir de princípios mais humanitários – princípios que coloquem o homem como o centro do pensamento e do interesse social. Desta forma, será possível utilizar racionalmente os inúmeros recursos naturais ainda inexplorados e obter alimentos para acalmar a fome de toda a humanidade".
Josué destacou a necessidade de um fluxo de capital maior e regular para os países subdesenvolvidos conseguirem incrementar seu desenvolvimento técnico e econômico tendo em vista os objetivos sociais. Entretanto, esses recursos são muito inferiores ao necessário, e, com isso, os programas de assistência técnica de organismos internacionais – como o da FAO, para a agricultura e alimentação – podem fazer muito pouco. O orçamento de todos os organismos internacionais que oferecem assistência técnica não é nem uma fração insignificante dos orçamentos de guerra das grandes potências.
No caso da América Latina, apesar de ter aumentado a exportação de matérias-primas, não há divisas nem equilíbrio da balança comercial, pois o rendimento destas em relação aos produtos industriais importados é muito baixo. Com a contínua exploração neocolonial de uma grande parte do mundo pelas grandes potências esse quadro só se agrava.
A inquietação social dos famintos pode agir como uma força social desordenada capaz de desestabilizar política e economicamente todas as nações. Josué alertou ao mundo tanto dos perigos destas revoltas quanto da ameaça do crescente armamentismo, ambos gerados pelo desequilíbrio da distribuição de