Um lugar para Geografia
CONTRA O SIMPLES, O BANAL E O DOUTRINÁRIO
Paulo César da Costa Gomes
In: MENDONÇA, F. de A. et al (org.). Espaço e Tempo: Complexidade e desafios do pensar e do fazer geográfico. Curitiba: ADEMADAN, 2009. p. 13-30.
(livro da ANPEGE)
“De uma forma global, podemos dizer que a partir dos anos 50 uma grande parte dos geógrafos passa a reconhecer a insuficiência e fraqueza das bases teóricas que pretendiam sustentar o projeto científico da geografia naquele momento.” (GOMES, 2009, 17)
“Quando o problema do estatuto científico era levantado, devido a esse desinteresse em trabalhar com modelos teóricos, costumava-se apelar para quatro principais idéias como resposta:” (GOMES, 2009, 17)
1. Geografia como ciência de síntese “a diferença da geografia das outras ciências é que ela integra todos os conhecimentos na apreciação de um lugar (espaço, região, etc.). Em outras palavras, para conhecermos a forma de ser de um espaço é necessário conhecermos todos os elementos que estão presentes e contribuem na fisionomia daquele espaço. A geografia é assim definida como a ciência dos lugares. Era comum também apresentar a geologia, a pedologia, a climatologia, mas também a demografia, a sociologia, a economia, como ciências subsidiarias à geografia. Estas disciplinas seriam analíticas, tratariam de um campo fenomênico,ou seja, partiriam do questionamento sobre um problema ou de um domínio. A geografia não responde a um problema especifico nem por um tipo de fenômeno, ela trata dos lugares e, portanto, integra todos os conhecimentos que operam naquele espaço. De certa forma, nesse caso a ciência geográfica não tem como papel explicar, mas simplesmente relacionar os campos analíticos advindos de outras disciplinas. Por isso se difundiu a idéia de que a geografia faria uma grande síntese.” (GOMES, 2009, 17-18)
2. A geografia é uma ciência indutiva “a geografia, como outras ciências físicas e naturais, partiria dos fatos para só depois