A geografia, isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra.
Lucas Matos Araujo/ 3º semestre/ Geografia/ RA:2873150
RESENHA CRÍTICA: YVES LACOSTE: A GEOGRAFIA, ISSO SERVE, EM PRIMEIRO LUGAR PARA FAZER A GUERRA.
2013
LACOSTE, Yves. A GEOGRAFIA, isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Tradução de Maria Cecília França. 13 Ed, Campinas: Papirus, 2007, 264 p.
Yves Lacoste, através desse brilhante livro aponta os problemas epistemológicos da geografia em seu processo histórico, principalmente em seu país a França. Critica veemente Paul Vidal de La Blache que influenciou toda uma linha de pensamente que se expandiu pelo mundo; além disso, aponta o caráter místico da geografia escolar e sua vinculação ao poder.
Resumo:
A geografia em si apresenta um caráter político, pois esteve por muito tempo “somente” a serviço do Estado. As cartas geográficas apresentam informações para elaborar táticas estratégias de combate para dominar o espaço historicamente, daí o nome do livro “A GEOGRAFIA, isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra”; além disso, temos as grandes corporações que detém o conhecimento do espaço a fim de maximizar seus lucros com a dispersão das suas atividades e diminuir as organizações sindicais.
A geografia a serviço do poder ao se inserir como disciplina escolar toma outro aspecto, como enaltecer a pátria, questões ligadas à identidade. Yves Lacoste apresenta o aspecto da despolitização do discurso geográfico, tornando essa disciplina um caráter místico e ideológico. Segundo ele, apresenta como tela de fumaça as pessoas, muito devido ao método regional de La Blache e a negligência da escola francesa com os aspectos de ordem política que ignoraram o geógrafo libertário Reclus e obras políticas de La Blache como livro “La France de l’Est”. Vidal de La Blache que foi influenciado pelo historiador Lucien Febrev, “introduziu a ideia das descrições regionais aprofundadas, que são considerados a forma, a mais fina do pensamento geográfico”, porém não