Resenha - Geografias do turismo: de lugares a pseudo-lugares
Geografias do turismo: de lugares a pseudo-lugares por Rita de Cássia Ariza da Cruz
Nesta obra, a autora nos traz temáticas da geografia associadas ao universo do turismo e de áreas que conversam com ele. Rita primeiramente nos apresenta a questão das ambiguidades do turismo, ambiguidades estas que dificultam o estudo e a investigação do fenômeno: conceito de turismo VS. Conceito de viagem; lugares emissores de turistas funcionando também como lugares receptores; motivações da viagem; entre outros. Uma breve descrição de como o fenômeno é complexo em seu contato com diferentes áreas. No segundo capítulo, ela nos fornece base para uma reflexão do conceito de produção do espaço que, segundo Lefèbvre, consistiria na “própria (re)produção da vida, ou seja, viver é, em síntese, produzir espaço” e a qual Milton Santos considera como “não há produção que não seja produção do espaço, não há produção do espaço que se dê sem o trabalho. Viver, para o homem, é produzir o espaço”. Pode-se considerar estas teorias uma vez pensando em espaço como contendo paisagem, pessoas e relações humanas. A produção do espaço é um processo social e histórico, em constante evolução e transformação. Smith contribui para a discussão apontando que a sociedade não mais aceita o espaço passivamente, ela o constrói e age sobre ele, nele e a cerca dele. A sociedade não apenas assiste o seu desenvolvimento, mas vive-se o espaço. A autora aponta o que possa ser “a mais importante contradição do modo de produção capitalista no que tange ao espaço”: apesar de o espaço ser “produzido socialmente, sua apropriação é privada”. E de fato. As instituições privadas são a mais potente engrenagem da economia e elas se apropriam de espaços físicos; o incentivo à iniciativa privada, no Brasil, por exemplo, cresce a cada dia porque é nela que jaz o maior retorno financeiro. O turismo é um exemplo brilhante: o uso turístico do espaço, que equivocadamente cria